Aquecimento global ameaça desenvolvimento humano!

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As mudanças climáticas poderão ameaçar a melhoria no desenvolvimento
humano em todo o mundo. O alerta foi feito no Relatório de
Desenvolvimento Humano divulgado nesta terça-feira pelo Pnud (Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

De acordo com o relatório, o
aumento de catástrofes naturais prejudicará principalmente os 40% mais
pobres do mundo (cerca de 2,6 bilhões de pessoas) que terão dificuldade
para garantir a sobrevivência.

“Notadamente na África Subsariana e sul da Ásia, mas também há
muitas pessoas no Brasil que são altamente vulneráveis às mudanças
climáticas, como no Nordeste, em favelas e na floresta equatorial”,
afirmou Kevin Watkins, coordenador do relatório.

Watkins ressaltou que, na Etiópia, por exemplo, uma seca pode
aumentar em 33% a probabilidade de crianças com má nutrição cinco anos
depois. Ele disse que as estatísticas são similares no Brasil.

“Um choque pequeno apenas na vida de uma pessoa muito pobre pode criar ciclos longos de desvantagens”, declarou.

Para atenuar esses problemas, o relatório calcula que os países
desenvolvidos devem reduzir a emissão de gás carbono em 80% até 2050.

Para Watkins, a culpa pela crise ecológica pela qual o planeta passa
é dos países ricos. Ele informou que as emissões per capita de carbono
nos Estados Unidos é de 20 toneladas por ano, enquanto no Brasil é de 1
tonelada/ano e, na Etiópia, 0,2 tonelada/ano.

“Não é o Brasil e a Etiópia os responsáveis por essa crise. Se todas
as pessoas do planeta gerassem a mesma quantidade de dióxido de carbono
que um norte-americano, precisaríamos de nove planetas”, comparou.

Watkins defende a taxação de emissões de carbono e o aumento de
programas de crédito de carbono.

Além disso, ele pede que países
desenvolvidos financiem adaptações que terão que ser feitas pelos
países em desenvolvimento para se protegerem das mudanças no clima,
construindo, por exemplo, barreiras contra inundações. Isso custaria
cerca de US$ 86 bilhões por ano até 2015.

“É claro que alguns governos dirão que isso não é prático. Meu ponto
de vista é o que não é prático é que os países que criaram esse
problema volte as costas para as vítimas”, disse.

Fonte: Folha Online




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