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Grandes Papos Cabeça - Conversando com uma Existencialista

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Estava relendo uns e-mails bem antigos, quando encontrei uns e-mails que troquei com uma garota lá pelos idos de 2005. Ela era existencialista e me contava que sua avó tinha falecido naquele dia. Vou copiar abaixo o que ela me falou:

…hoje meu dia esta sendo um poko dificil minha avó faleceu…minha familia esta super triste…sabe como eh, ne? eu naum sou muito de me abalar com essas coisas…sou existencialista…sabe? a unica coisa q me faz ficar triste…eh q sua passagem na terra terminou sem q ao menos ela descobrisse a razão de sua existencia….as pessoas nascem…estudam…trabalham…casam-se..tem filhos…envelhecem…e um dia morrem…mas o q ela fizeram de importante? viveram apenas como todo mundo! foram apenas fantoches q faziam tudo o q elas precisavam fazer durante a sua vida. Eu queria um dia poder ficar velhinha e dizer q fui feliz…q fiz algo diferente…as pessoas vivem so para si…vivem em funçao da busca pela realizaçao de seus sonhos sabe? eu queria viver de uma maneira diferente…naum queria continuar seguindo essa linhagem….

Até aí tudo bem, mas o que me surpreendeu mesmo foi a minha resposta para ela:

Sabe você falou um aspecto interessante sobre a razão de nossa existência, mas sabe, o mais importante nem sempre é descobrir isso. Viver como todo mundo, fazer tudo como os outros, nem sempre é uma coisa triste, as pessoas podem ser felizes assim, acho bacana que você queira fazer algo diferente porque é esse tipo de coisa que move as pessoas a tentarem se superar, mas isso não tira o mérito das pessoas que são felizes na simplicidade, nas pequenas coisas, eu era uma pessoa que em uma fase da minha vida, me superestimei demais, achava que ia fazer a diferença no mundo, algo grande pra humanidade, depois comecei a me subestimar demais.

Hoje eu alcancei o equilíbrio aprendi o meu valor, e descobri que a felicidade não tá nas coisas grandes ou nas coisas pequenas, está mesmo na importância que elas tem pra nós. Algumas pessoas acham que a felicidade está no trabalho, outras que está no conhecimento, outras que está na natureza, outra que está na família, e nenhuma dessas pessoas está errada. Vá em busca do que vai lhe realizar, a grandiosidade não está nos atos, está nas pessoas, e eu vejo isso em você, e sua vó tem muita participação na sua existência, então se um dia você fizer algo de muito importante, tenha certeza que sua vó, sua mãe, sua família tem uma participação nisso, porque senão você não existiria :) (ai ai lá tô eu bancando o filósofo da esquina de novo)

Sou tão crítico em relação a mim que as vezes eu realmente me admiro de algumas coisas que escrevo. Me faz acreditar que talvez um dia eu ainda consiga mesmo fazer alguma diferença nesse mundo.

Filosofia de Boteco de Volta

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Desde ontem voltei a publicar minha coluna no opinião web e pra variar comecei com polêmica. Ah quem se interessar vá lá no opinião web e escreva suas notícias ou sobre assuntos que você goste, colabore! Abaixo a reprodução do meu texto publicado.

Filosofando sobre a Pirataria

Estou de volta após férias meio forçadas graças o final de ano e
compromissos profissionais. Mas recomeço logo por um tema muito
polêmico: A chamada “pirataria”.

Vivemos uma nova fase de caça
as bruxas, associações e grandes empresas defendendo seus interesses
fecham o cerco contra a pirataria e pressionam os governos dos Países a
tomarem atitudes enérgicas. Apesar de não haver leis específicas contra
a pirataria digital na maioria dos Países as leis normais de crimes de
roubo, apropriação e direitos autorais são utilizadas para demonstrar a
irregularidade das ações que a grande maioria dos usuários que utilizam
a Internet fazem. Pirataria é crime está na lei e pronto! Hum… não é
bem assim!

Uma análise superficial da história da humanidade
mostra que as transformações que o mundo passa tornam as leis
obsoletas, não preciso ir muito longe, podemos pegar o antigo código
civil brasileiro. Uma das leis criadas nas primeiras décadas do século
XX dizia que um marido poderia pedir anulação do casamento caso
descobrisse na noite de núpcias que sua esposa não era virgem. Essa lei
só foi tirada há poucos anos com a aprovação do novo código civil, uma
lei que se baseava no poder da aristocracia brasileira detentora do
poder café-com-leite e extremamente machista… durou até tempo demais.

As
leis de roubo e que regem o direito autoral foram criadas em cenários
existentes em sua época. O roubo cita o fato que é errado se apropriar
de algo de outro sem a autorização de seu proprietário. O direito
autoral se baseia numa proteção a idéia do seu autor, para que não seja
copiado (no sentido de cópia da sua idéia) e para que este possa
explorar sua produção para ganhar algo em cima dela.

Comparar
baixar um CD na Internet com roubar um CD numa loja é não só uma
idiotice como um mal-caratismo, são questões muito diferentes, uma é
uma questão de ética e convívio problemático com as regras da
sociedade, já o outro caso é uma coisa que as indústrias e muitos
artistas não conseguem enxergar… é um novo paradigma, um novo
processo de chegar a informação, de fazer as coisas.

Há alguns
anos todo mundo achava que uma empresa de Tecnologia da Informação só
podia ganhar dinheiro vendendo seus softwares de “caixinha”. Não
demorou muito e surgiu a pirataria desses tipos de software. Aí eu faço
alguns rápidos questionamentos: Alguém pirateia as soluções do Google?
O Google faz as coisas “de graça” por caridade? O Google é uma empresa
que vale bilhões de dólares porque o pessoal acha bonitinho? NÃO! Eles
perceberam a evolução, a mudança de paradigma e criaram um modelo de
negócio novo e eficiente, transformaram um risco numa oportunidade.

Um
exemplo é quando lembramos do cenário da música, as gravadoras por anos
exploraram os artistas e impuseram um gosto musical a população, sempre
ficaram com a enorme parte dos lucros nas vendas de cds. Vários
artistas sempre disseram que viviam do lucro de seus shows, que estar
ligado a uma gravadora era importante para a divulgação do seu
trabalho, isso era o que gerava convites para shows em todo o país.
Hoje temos uma ferramenta como a Internet que faz com que as gravadoras
se torne obsoletas nesse aspecto deixando as bandas conhecidas, seus
trabalhos facilmente acessíveis, afinal não é por baixar um MP3 que
você vai deixar de ir ao show de um artista que goste.

A menos
que desliguem a Internet ou prendam todos os usuários do mundo esse o
modelo antigo está obsoleto, e se as empresas e pessoas não conseguirem
se dar conta disso elas vão fracassar e aí quem tiver visão será um
“google” na sua área de atuação. É preciso ousar, o ser humano tem um
sério problema de quebrar paradigmas, a maioria das empresas ganha
dinheiro da mesma forma há tantos anos que tem “medo” de apostar de
criar um novo modelo de negócios e com isso ataca um inimigo o qual ela
não pode vencer… a mudança dos “meios de produção”.

Hoje pirataria é crime, mas não são as leis que ditam o amanhã, é o amanhã que dita as leis!

Alessandro
é nerd, bacharel em ciência da computação, estudioso de ciência da
religião e filósofo de boteco nas horas vagas, não é defensor da
pirataria, mas acha que não é remando contra a maré que vamos volta ao
que era antes