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Meu vício em games

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Nos longíquos tempos da década de 80 eu era apenas um pequeno ser humano descobrindo o mundo. Tímido, introspectivo, que usava óculos e era zoado pelos coleguinhas de colégio. Que talvez hoje fosse um psicopata que entrasse em universidades com semi-automáticas na mão para mostrar seu apreço e amor a nata da humanidade. Mas não sou, pois os games me salvaram!

Meu primeiro contato com um videogame foi em 1987, eu tinha apenas 6 anos e minha prima tinha ganhado um Atari. Daquele dia em diante a casa da minha prima, que eu não gostava pois vivíamos brigando, se tornou meu lugar favorito. Nem lembro quantas horas perdi jogando boxe, pescaria, polícia e ladrão (Keystone Kepers) entre outros.  No ano seguinte eu veria um Master System e mais uma vez meu olhos brilhariam, mas nada havia me preparado para o que viria alguns anos depois…

Em 1991 já começavam a existir as chamadas “locadoras de videogame” locais onde você pagava para jogar por hora (hoje o mais parecido com isso são as Lan Houses, embora acredito que ainda existam resquícios de locadoras de videogame por aí). Lembro que como não tinha grana para ter meu próprio videogame, nem muita grana pra gastar jogando, tinha meus próprios artifícios. Minha mãe comprava passe estudantil pra mim e me dava um dinherinho para o lanche, eu usava o passe para comprar o lanche, o dinheiro para jogar videogame e passava por baixo na catraca mesmo com a cara feia dos cobradores de ônibus e enquanto deu, ou seja meu tamanho deixou, eu fiz isso.

Foi nessa época que ao entrar na locadora vi uma grande novidade, um Mega Drive e na mesma hora que entrei, a pessoa que jogava estava saindo do estágio de bônus de Sonic… todos aqueles efeitos, aquelas cores, aquela música, a tela girando, foi um momento mágico, que como podem ver por esse post, eu nunca esqueci e nem esquecerei. Daquele dia em diante minha paixão por jogos só aumentou e eu fui me tornando um viciado, chegava tarde em casa (e levava bronca da minha mãe) mas pelo menos minhas notas nunca ficaram ruins (acho que a sorte é que não tinha um videogame em casa).

Os anos passaram, ao 13 anos vendi uma carteira linda que tinha ganho de presente de aniversário por uma mixaria para ter dinheiro para jogar. E ali sozinho percebi que estava indo longe demais, daquele dia em diante comecei a maneirar e o vício virou apenas uma diversão que não mais afetava minha vida. Somente em 1997 eu fui ganhar o meu primeiro videogame, o já superado para época Mega Drive, mesmo assim ainda me divertia bastante. Principalmente jogando com meu amigo Henrique na locadora do pai dele, quantos duelos, lembro das vezes que fechamos a locadora, arriamos as portas e lá dentro fizemos vários e inesquecíveis campeonatos de King Of Fighters e Samurai Shodow.

Mas o tempo passou, universidade, trabalho, responsabilidades… Hoje tenho um Nintendo DS, um Gamecube, pretensões de comprar um PS3… mas não tenho tempo para jogar e pior que isso é que não tenho mais a mesma paciência de outrora. Hoje em dia o jogo tem que ser muito bom pra me manter muitas horas em frente a TV, o último com esse mérito foi Resident Evil 4, mesmo assim não conseguia passar mais do que 2 horas e meia seguidas jogando. As vezes fico tentanto entender esse fenômeno, o que mudou… o PS3 será minha última tentativa de talvez resgatar aquela inocência, aquele sentimento de olhar um jogo e ficar de boca aberta, de desafiar o tempo e os inimigos virtuais sem pensar em contas, em projetos, no prazo do sistema,  cara feia e má vontade de clientes e usuários, falta de educação das pessoas na rua, insegurança na cidade, etc.

E ainda dizem que jogos incitam a violência…