O início!

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Quem nunca ficou bêbado e começou a filosofar num boteco?

Bem,
eu! Porque não bebo, mas vivo filosofando, o que mostra que o álcool
não é um fator determinante nessa tarefa é apenas um catalisador para
quem não é tão perturbado do juízo. Quem já é não precisa!

O
fato é que um “papo cabeça”, “viajado”, que aparentemente não diz
“coisa com coisa” tem um lado importante em nossas vidas, geralmente
nos tira do marasmo do mundo em que vivemos. Quando éramos crianças
cada esquina, cada hora, cada dia era uma descoberta diferente. Quem
nunca deitou no chão e ficou horas olhando as nuvens passando, seus
formatos engraçados e achava tudo isso super divertido (sempre via
dragões e outros serem estranhos).

Agora pergunto… quando
foi a última vez que você fez isso? Que indo ao trabalho, tirou dois
minutinhos para se dispersar e olhar para o céu? Olhar para alguma
nuvem e ver se ela tem algum formato engraçado? Quantas vezes na volta
pra casa, parou pra ver como estava a lua? Minguante? Crescente? Cheia?
Nova?

A verdade é que nós vamos nos automatizando com o tempo,
nosso pensamento investigativo, nossa admiração pelo mundo, vai dando
lugar a rotina. De casa pro trabalho, do trabalho pra casa, família,
mulher, filhos, aluguel, dinheiro, contas, chefe, problemas, problemas,
problemas! Perdemos a simples capacidade de percebermos um pouco mais a
nossa volta, porque aparentemente o nosso mundinho é o nosso universo,
o universo EGO.

Gosto de traçar dois paralelos quando penso
sobre isso, o primeiro é o da formiga. Analisando um mundo em pequena
escala, as formigas já nascem programadas para o que vão fazer, ou
seja, trabalharem coletivamente para o bem da sociedade. Para uma
formiga seu formigueiro é seu universo, seu trabalho sua função, e nada
mais além disso, até que alguém maior (você por exemplo leitor)
simplesmente passa por cima dela e… pronto adeus formiga.

O
mesmo ocorre conosco, vivemos nosso universo miniatura, mas basta um
evento maior externo, um cometa ou um asteróide de grandes proporções
(vamos logo no pior caso) cair na Terra para mostrar que seu universo
limitado não é nada, e o pior, seu poder individual de agir sobre isso
é nulo.

Por isso, talvez, o grande mérito da filosofia tenha
sido mostrar a capacidade do homem de usar seu pensamento para
ultrapassar a barreira da sua pequenez interior, que se materializa
como um universo exterior, e com isso descobrir toda uma gama de
possibilidades novas e fascinantes!

Então, voltando a explicação
do nome dessa coluna, que lugar melhor para discutir tudo isso do que
numa boa mesa de bar com amigos tão “perturbados” quanto você?

De onde venho?
- Do trabalho!
Onde estamos?
- No bar!
Para onde vamos?
- Eita essa é difícil, daqui a umas duas cervejinhas tu pergunta de novo!

Alessandro é nerd, bacharel em ciência da computação, estudioso de
ciência da religião, e filósofo de boteco nas horas vagas e de vez em
quando deita no chão e fica vendo formatos engraçados de nuvens no céu.





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