Sai a ata do Banco Central: Comitê teme inflação

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O temor de que o aquecimento da economia gere um aumento dos preços ao consumidor foi o principal fator para a decisão do Banco Central de parar de reduzir os juros.

“O ritmo de expansão da demanda doméstica, que deve continuar sendo
sustentado, entre outros fatores, pelo impulso derivado do relaxamento
da política monetária implementado neste ano, continua podendo colocar
riscos não desprezíveis para a dinâmica inflacionária”, justifica a ata
da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, divulgado nesta quinta-feira.




Na semana passada, o Copom decidiu manter em 11,25% ao ano a taxa
básica de juros, colocando fim a uma seqüência de 18 cortes
consecutivos.

Segundo a autoridade monetária, a demanda aquecida favorece o repasse dos preços do atacado para o consumidor.

Apesar do temor da transmissão de preços, o BC reconhece a
contribuição do investimento e das importações para reduzir as pressões
inflacionárias no presente. No entanto, lembra que há uma defasagem
entre a decisão de cortar os juros e o seu efeito sobre a economia e a inflação. Por essa razão, avalia que parte “importante” dos cortes de juros ainda não surtiu efeito sobre a atividade econômica.

“Os efeitos defasados dos cortes de juros sobre uma demanda agregada
que já cresce a taxas robustas se somarão a outros fatores que
continuarão contribuindo de maneira importante para a sua expansão.
Essas considerações se tornam ainda mais relevantes quando se levam em
conta os nítidos sinais de demanda aquecida e o fato de que as decisões
de política monetária terão efeitos bastante limitados sobre 2007, e
terão impacto predominantemente a partir de 2008.”

Na avaliação dos membros do Copom, o crescimento da economia será
sustentando nos próximos meses pelo crescimento do crédito e da massa
salarial, acrescido dos efeitos dos programas de transferência de
renda. A ata cita ainda “outros efeitos fiscais” esperados para este
ano e para 2008.

De acordo com o documento, a atuação cautelosa do BC tem sido
fundamental para que a inflação fique dentro da meta. Para este ano e
para 2008, ela é de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), com margem de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo.

O BC ressalta ainda que é importante agir com prudência em um momento de maiores incertezas em relação à trajetória da inflação.

“A prudência passa a ter papel ainda mais importante, dentro desse
processo, em momentos, como atualmente, nos quais a deterioração do
balanço dos riscos inflacionários reduz a margem de segurança da
política monetária.”
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u339627.shtml

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